Maria da Penha

Maria da Penha

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A crise do lamento

Apoio os dedos finos
Das mãos enrugadas no teclado
Nenhum, encanto vejo acontecer
Nada surge em palavras

Lá vão dias e noites, adentro
Pescoço cansado
Ombros caídos
E dedilhando com os dedos finos no teclado

Não inspira, nenhum lamento
Será que também há crise
No sentimento?
Que lamento!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Amor reverso

Num belo dia eu ouvi falar
Fizeram-te uma imprecação de males
Como prenúncio de morte.
Praga de gente sórdida.
Que nocividade é essa?
Uma árvore nascer dentro de mim?
Para que eu exploda?
Não entendi a malícia.
Fiquei torpe.
Predestinei à aversão.
E o infortúnio aconteceu.
A árvore nasceu, cresceu e criou raízes.
Dissipou dentro de mim.
Gerou frutos maravilhosos
As raízes entranharam-se no coração
Era a praga do amor reverso
De um amante em solidão.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Aconchego

Que belo o que ousas proclamar,
Mesmo que seja em nome alheio
De ti, nunca vou me separar
Pois um grande amor é sempre verdadeiro.
Se sou rosa e tenho espinhos
És um cravo macio em que posso me aconchegar.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Será?

Existem coisas que não compreendo
Como a morte
Não entendo o romantismo barato pelo telefone
Não compreendo indecisão.
Não consigo entender o verbo amar vazio
Nem o sorriso forçado.
Não compreendo a virtude pelo interesse.
Muito menos as pessoas que deixam de viver
para viver a vida de alguém.
O que menos entendo mesmo é o silêncio.
Será que morri?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Você ainda se lembra?

Você ainda se lembra das opções que tínhamos nos piqueniques nos dias mais frios?  
Você se lembra, dos passeios que fazíamos após a saída da faculdade, escapando madrugadas e nem sentíamos o cansaço?
Você se lembra, das paradas para roubarmos maçãs e peras a beira da estrada? 
Você se lembra, das vacas com chifres que tivemos de fotografar de dentro do carro por medo.
Você se lembra?
Pela maneira que quebrei o seu coração ou talvez não.
Por favor, desculpe-me, eu nunca quis ferir o seu coração 
Sinto muito, eu nunca quis quebrar o seu coração 
Mas você partiu o meu.
Sei, é tarde demais para dizer que sinto muito.
Ei, nós poderíamos ficar juntos de novo, 
eu simplesmente não posso continuar fingindo que se tratava de um final natural.
Oh! Eu nunca pensei que eu ia perder você, mesmo você me dizendo 
Eu pensei que nós seriamos sempre amigos 
Nós dissemos que nosso amor duraria para sempre 
Então, como se chegou a esta final amargo?
Você se lembra no gramado com as estrelas cadentes?
Você se lembra do amor no chão da sala perto da lareira?
Você se lembra, escorregando em sacos plásticos na neve? 
Você se lembra de que você nunca entendeu que eu tinha de ir? 
Aliás, eu não queria quebrar o seu coração 
Por favor, me perdoe, nunca quis ferir seu coração 
Sinto muito, nunca quis ferir seu coração 
Mas você partiu o meu.
Ei, eu só quero dizer que sinto muito.
Ei, eu estou com muito medo de pegar o telefone para ouvir que você encontrou outra amante para consertar a nossa casa quebrada.
Eu ainda estou tentando escrever aquela poesia de amor para você.
Ei, é mais importante para mim agora que você desapareceu,
Talvez vá provar que estávamos certos ou provar que eu nunca estive errada.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Omissão

Proibiu as suas palavras de me visitarem, 
teus olhos de me enxergarem, 
teus ouvidos de me escutarem. 
Improvisou outra voz mísera 
que descarinhosamente negou, 
escondendo de mim o que vivias. 
As promessas não falam por mim
e já trouxe o amanhã para o hoje 
confessando que pela compleição débil o destino errou. 
Desisto de lutar pela faculdade de perceber. 
Prendi a palavra, 
fechei os olhos. 
O que há mais de existir? 
Um mundo desbotado e sem pessoas, 
uma ave que não voa 
nada mais de mim..., nada!

Amor

Amor é somar, dividir e multiplicar
Nunca, jamais, subtrair.