O homem que esquece a poesia
Esquece os gestos e as manias
Dilacera com os ancestrais.
O homem que se passa pelo
capricho
Esquece a filosofia
Quebra os cristais.
O homem que se derrama em
lágrimas
Mas se esquece da sociologia
Dilacera com a dicotomia.
O homem que dramatiza uma
história
Esquece que na luta pode-se
chegar à vitória
Mortifica a glória.
O homem que foge da realidade
Luta pela unicidade
Difama sentimentos da
igualdade.
O homem que utiliza o seu
olho cego
Vagueia na hipotética
realidade
Rasga as páginas da história.
O homem que se esquece da
empatia simbiótica
Relega as variáveis pela
ausência do evento
Desvia a relevância.
O homem que rompe com a
pintura abstrata
Deseja o que vê
Perde a imaginação.
O homem que a isto demonstra
Acomoda-se na ignorância
Rompe com a esperança.
O homem que ignora a
realidade
Desconsidera o papel que o
caos inevitável tem
Conjectura outra objeção.
O homem que se exime de toda
culpa
Extingue a projeção
imaginária
Elucubra em si.
O homem que imagina possuir com
perfeição destinada
Esquece experiências
compartilhadas
Despedaça o brio do porvir.
O homem que assim se coloca
Torna-se acre e esmaece à
conquista.
E qualquer paixão lhe
diverte.
O homem com essas atitudes
Perde todas as suas posses
E chora desgraçado.
Este homem não pode ser meu.