Maria da Penha

Maria da Penha

domingo, 17 de março de 2013

Mente demente

O corpo não mente
O que mente é a mente
Vergar-se na mente que mente
Tem-se a mente demente
E na noa que vai além da hora por ora
A mente que mente
Estagna na imensidão do céu noturno
Na recordação do momento divino
No sorriso amigo
Na sensibilidade do choro ou riso
No amor e na fé
Mente que mente indeterminadamente
No decifrar os enigmas das emoções
Os pensamentos abstratos
A consciência.
Absurdo de mente demente.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Amor reverso

Num belo dia eu ouvi falar
Fizeram-te uma imprecação de males
Como prenúncio de morte.
Praga de gente sórdida.
Que nocividade é essa?
Uma árvore nascer dentro de mim?
Para que eu exploda?
Não entendi a malícia.
Fiquei torpe.
Predestinei à aversão.
E o infortúnio aconteceu.
A árvore nasceu, cresceu e criou raízes.
Dissipou dentro de mim.
Gerou frutos maravilhosos
As raízes entranharam-se no coração
Era a praga do amor reverso
De um amante em solidão.

sábado, 9 de março de 2013

Homem de rua

Depois de anos continuava ele ali sentado
Sempre a observar o nada
Ou a pedir uns trocados.
Sujo, imundo e maltrapilho,
Na sua liberdade ambulante
De súbito viu distante
Um brilho desconcertante.
Levantou com certa preguiça dada pela fome,
Caminhou lentamente,
Abaixou e pegou o diamante.
Ele não tinha por certo o que era,
Mas a intensidade do brilho
Fez guardar nos seus trapos.
Assustou-se com o que ali perto ocorria,
Aquietou-se nos seu espaço.
Era uma batida policial por um assalto.
Mandaram que se levantasse
E acharam a pedra maldita.
Perguntando quando a roubara
Ele nem chegou a abrir os lábios,
Colocaram nos seus pulsos e pés as algemas.
E o levaram ao delegado.
O desgraçado apanhara e fora preso,
O pobre que nem sabia o quanto valia
A pedra que achara ao acaso.
Agora lá sentado a olhar para as paredes
Que nunca tivera um dia,
Por causa de uma estranha pedra brilhante
Que para ele pouco valia.
A pedra lhe tirou a vida de vagamundo
A única liberdade que tinha.

Pernambuco

Conhecer Pernambuco é giro, como se diz na boa gíria de Portugal.
Baila-se cavalo marinho pra esquecer-se a lida negreira
Nos batentes dos pandeiros, da rebeca e do ganzá.
Na colheita e na caçada indígena
A velocidade impetuosa do ganzá a arrebentar maracatu.
Pólvora, cachaça e limão.
Mamulengo, que delícia, dá pra ri e pra chorar.
Da quadrilha, do maxixe e do galope, vem o frevo se exaltar.
É alegria da tesoura da pernada do carrossel nos passinhos a sublimar.
Tem a coco a pastoril a ciranda
É pra tudo o carnavá.
Além da linda Oh! Linda tem Recife
De arrecifes de corá.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O rato e a ratazana

A ratazana encontrava-se quieta em seu mundo e cuidando de suas crias, quando um rato começou a chateá-la.
            O rato insistentemente e sem pudor a seguia por todos os lados, até que um dia ela cedeu à sedução. Que arrependimento meu Deus, que arrependimento.
            Ele prometeu à ratazana estudo, trabalho, casa e diversão. E lá se foi a ratazana para além mar.
            Trabalhou e estudou a danadinha para manter casa e diversão e se tornou a queridinha da família do ratão.
Enquanto ela fazia, ele ganhava atenção, tinha a seu lado sua obra em construção.
Mas o danado do rato era mesmo um traidor, corria atrás das gatas para mostrar o seu potencial, mas alisava a ratinha, para manter seu arsenal.
A ratazana se cansou e fugiu como animal.
O rato revoltado achou-se molestado pela ratinha sofrida.
Não cumpriu com as promessas e ainda se sentiu traído. Começou o inferno meu Deus, que inferno!
Perseguiu a ratinha e a condenou por tudo, era o santo rato querendo se vingar.
Agora a família do ratão se revoltou e com toda a razão, pois o queridinho do rato agora fora abandonado.
A ratazana sofreu nas palavras do rato como se a condenasse à fogueira, mesmo assim, a ratazana persistente não o deixou abandonando.
O rato sabe de tudo e onde se encontra a ratazana, mas quando se viu afoito tentou ludibriá-la, mas como boa ratazana não deixou mais se vergar, pois sabendo que lidava com um rato, a ratoeira ele iria armar.
Armou bem a ratoeira, mas a ratazana se livrou quem caiu na ratoeira foi o rato e a gata que ele amansou.
Pobre rato vagabundo que agora se esconde embaixo dos pelos da gatona sobre a ratoeira que ele mesmo armou.
Rato e ratazana se entendem, sabem bem onde se esconder, mas ratazana com felino não ha um bem querer.
A gatona é mais forte e o futuro mostrará, mais vale rato vagabundo com rata vagamundo que felino no altar.
Hoje a ratazana vive como dantes, curtindo suas crias e escrevendo estórias de uma história sem amor de dois ratos traiçoeiros, porém da mesma cor. 
Felino? “inheco” no rato.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Virtualidade

A vida, amigos, amantes, exposições,
Tudo virtual.
As músicas, poesias, filosofias, psicologias,
Tudo virtual.
Os sonhos, as flores, as paixões e os amores,
Tudo virtual.
As religiões, as crenças os mitos e ritos,
Também virtual.
Ódios, rancores, dissabores,
Mundo virtual.
E quando tudo isso foi real?

sexta-feira, 1 de março de 2013

Maria da Penha Boina - Autoestima

Sempre achei que fosse censurada pelos meus defeitos
Comecei a mensurá-los para corrigi-los
Não os defeitos físicos, estes são o meu patrimônio.
Quanto mais corrigia as minhas imperfeições morais
Mais repreensão acontecia.
Demorei a compreender tanta condenação
Foi o tempo que me elucidou
Não existiam intrigas sobre as minhas deformidades
A aversão que de mim sentiam
Não eram sob o ponto de mira que eu imaginava
Os agulhões estavam direcionados eram para a minha excelência.