Maria da Penha

Maria da Penha

quinta-feira, 28 de março de 2013

Paixão

Sê como amigo,
O mais verdadeiro.
Sê por gratidão,
com a maior vontade.
Sê por justiça,
bem feita.
Sê por teimosia,
com orgulho.
Sê por caridade,
de coração.
Sê por ganância,
para valer o esforço.
Sê por obrigação,
para o certo.
Sê por paixão,
a mais intensa.
Sê por impulso,
sem arrependimentos.
Sê por amor, 
irás ao céu
Sê assim, 
que com o manto de minha paixão
te doutrinarei.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Voo

Se alçares voo
Deverá ser para chegares o mais alto dos ares
Para ver com outros olhos os mares.
E sonhares.
Mesmo que esteja longe a terra
Não tenhas medo da queda
Que um dia estará por vir.
Se não conseguires pousar
Então permaneça na correnteza quente dos ares
Com as asas paradas
E irás a outros lugares
Sem te cansares.
A vista de cima é das mais belas
É lúdica, é singela.
E quando conseguires um bom pouso
Pousa suave
Outros voos assim
São seculares.

Bem-te-vi

Bem-te-vi, bem-te-vi...
Bem me viu e eu não te vejo?
Não quero este bem, não o desejo,
Que me vês e eu não o vejo.
Abra as tuas asas
Pouse na minha arcada
Saia do anonimato.
Não sou assim tão tolerante
Para que fiques de longe
Fustigado a minha alma.
Se assim continuares
Vou armar o meu arco
E a esmo disparo
Levando na ponta da flecha de aço
O seu último abraço.

Mané

Nasceu ignorante
Sem berço para levá-lo adiante.
Sem esforço
Descambou para a vida errante.
Teve muitas amantes.
Sua felicidade?
Deitar-se com as Maneias,
Eram as suas odisseias.
Pensava só com o falo
O que de mais honroso tinha,
Só poderia se tornar inábil.
E agora Mané, que o seu corpo,
Chegou ao desmonte?
E desmoronou.
Mas, o caminho já foi percorrido,
A herança é da inconsequência
Restando os poucos fragmentos
Da vida que você traçou.

Lembranças perfeitas I

O seu mundo não se move mais pelas lembranças?
Então por que, se sentir assim todo o tempo?
E tenta corromper com esse sentimento de angústia.
Mas não consegue!
É mais forte que você.
Vai ao mar? Estou lá
Vai à montanha? Também estou lá
Vai à beira do rio? Sentes falta de mim.
Deita-se na cama e pela janela vês as estrelas?
Eu sou uma delas.
Atravessou o oceano para sentir a mesma coisa de antes?
Errou. Nada é igual.
O cheiro é diferente
O diálogo é diferente
A música é diferente
E então, a poesia? Bem diferente.
È débil demais, não é?
São muitas as tentativas do esquecimento,
Mas você não consegue me esquecer.

Falsa Filosofia

Eu sou quem deseja compreender
Essa sua doutrina de bem viver
Que andas a defender
Da literatura ficcional árabe e europeia
Da Idade Média,
Através dos sete mares,
- Que se vive sem ordenado -.
E se manifesta com veemência
Exteriorizando os sentimentos e pensamentos
Com ardor e entusiasmo,
- O que alimenta a vida é viver do amor -.
Estou a dar o devido apreço
A essa ideia triunfal.
Mas, como posso acreditar nisso, nessa sua espiritualidade?
Nessa vã filosofia?
E o vinho, o pão de onde virão?
Pois acordo todos os dias,
Vejo com transparência
Famílias inteiras em penúrias
Na míngua de víveres.
Ah! Não sei se caio nessa cilada
De um dia possuir
A pedra filosofal.

Sem destino

Você deseja chegar?
Você sabe que o caminho é longo
E sabe que existe várias formar de ir.
Mas não será assim dão fácil.
Traça os objetivos e as metas para cada ato
E você vê que é sofrível.
Busque, o projeto está traçado.
Já está em exaustão?
Ou é medo da ação?
Potencialize as energias
Deixa de lado a aflição.
Não será mais um decadente
Juntando angústias e inquietação.
Sei, o esforço é hercúleo,
A ânsia é muita
Que causa náuseas
E ainda nem deu o primeiro passo.
Vai de bote?
Decidiu,
Fico aqui a ver da praia.
Você foi,
Vejo você distante
A sumir no horizonte.